Uma das coisa que se passou na altura foi a falta da concorrência à RTP. Hoje, temos a SIC, TVI e RTP, como os 3 grandes da informação. Ora este desenvolvimento das cadeias televisivas, para além da RTP trouxe uma maior exigência por parte dos consumidores, por exemplo, a TVI e SIC que para combaterem as audiências da concorrência incluem em quase todos os seus programas um rodapé com jogos de apostas, em que as pessoas ligam, pagam a chamada, apostam e vêm o jogo como uma chance de ganharem dinheiro extra para a familia. Para além disso outra das respostas dos media a esta exigência foi encontrar “o gosto português” e explorá-lo ao máximo.
As noticias passaram a ter todo o tema possível e imaginário, e se fosse um escandalo ou algo mais extravegante, então era audiência garantida. Passam noticias para venderem o seu próprio produto, para fazer dinheiro.
A verdade é que os media têm tendencia a esculpir a noticia pelos modos mais atraentes, ou mais aterradores de modo a atrair o publico. A noticia, novela ou série é o seu produto e têm de a vender. Infelizmente assim estão cada vez mais a contribuir para uma geração de ignorância e de aficionados à televisão. Cada vez mais se janta a ver televisão, normalmente à hora dos noticiários, em que são bombardeados titulos e imagens com pouca descrição, frases ambiguas, e noticias altamente parciais. Os media assim, muito subtilmente passam as ideias que querem ver passadas, tais como a crise em que se encontra o país ou o mau desempenho do governo. A informação é altamente manipulada antes de chegar ao seu consumo. Tomemos como exemplo os incêndios. Em 1992 não havia concorrência e pouco se os divulgou. Em 2003 os incêndios estavam dentro dos parametros, e mesmo assim foi declarado o estado de calamidade publica.
Mas será esta a verdadeira informação? Não, e infelizmente não defende a protecção das casas ou matas, é apenas a necessidade de agarrar o telespectador ao ecrã.
Infelizmente é impossivel controlar a informação e/ou filtrá-la. Muito menos criar uma entidade controladora. Citando Juvenal – “Quem guardará os guardas?” pergunta-se.
A solução passa por uma maior sensibilização da parte dos consumidores de modo a exigir informações limpas, provenientes da fonte.
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